Enfermagem: Pelo Dinheiro e Pelo Amor

Enfermagem por Amor?

Enfermagem: Pelo Dinheiro e Pelo Amor

Recentemente, enquanto fazia os cuidados de enfermagem em um hospital, a acompanhante de uma paciente comentou, em tom de ironia: "Enfermagem por amor." Na hora, respondi: "Aqui, faço pelo dinheiro, mas amo o que faço."

Essa frase, embora simples, esconde uma reflexão importante. É claro que todos nós precisamos ser remunerados pelo nosso trabalho, mas o que realmente diferencia a qualidade do cuidado que prestamos é a paixão e a dedicação que colocamos em nossas ações, independentemente da recompensa financeira.

Expliquei à acompanhante que, no hospital onde estávamos, os cuidados são feitos com os melhores recursos possíveis. O luxo e a excelência que ela vê aqui são justificados pelos custos elevados, e por isso a equipe, composta por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, faxineiros, seguranças e outros, oferece o que há de melhor.

Porém, em um asilo perto da minha casa, a realidade é bem diferente. Lá, eu faço o trabalho sem qualquer remuneração, mas a dedicação e o amor são igualmente profundos. Eu sou a única responsável pelos cuidados dos idosos, e, sem os recursos de um hospital, faço o meu melhor para garantir que eles recebam o cuidado digno que merecem. Eles não podem pagar pelos serviços que oferecemos aqui, mas isso não muda a importância do trabalho.

Quando expliquei isso à acompanhante, ela ficou surpresa e perguntou se eu realmente fazia o trabalho de graça no asilo. Eu respondi: "Sim, faço, porque as pessoas lá não têm condições de pagar, mas isso não muda o quanto elas merecem ser bem cuidadas."

Essa troca de palavras foi um momento importante para ambos. Às vezes, é preciso que alguém nos faça refletir sobre o real valor de nosso trabalho. O que realmente importa não é o valor financeiro que recebemos, mas o impacto positivo que causamos na vida das pessoas. O verdadeiro prêmio vem da satisfação de saber que estamos ajudando, seja em um hospital de luxo ou em um asilo simples.